Revisão Sistemática – Osteopatia nas Disfunções Ginecológicas

Enquadramento

Os distúrbios ginecológicos apresentam elevada prevalência e têm como possíveis consequências o aumento da dor e a diminuição
da qualidade de vida. Apesar do tratamento ser maioritariamente farmacológico, cada vez mais a osteopatia se tem afirmado como uma forma de tratamento válida e eficaz.

Objetivo

Sistematizar os ensaios clínicos randomizados de forma a verificar a eficácia da intervenção osteopática na dor e qualidade de vida de mulheres com distúrbios ginecológicos em idades compreendidas entre o período pós-menarca e pré-menopausa.

Métodos

Foi conduzida uma pesquisa nas bases de dados PubMed, Web of Science Core Collection, EBSCO Databases, assim como, para recuperar estudos potencialmente perdidos, foi conduzida uma estratégia de busca manual com o propósito de compilar o maior número de artigos possível no dia 29 de abril de 2021. Os termos de pesquisa foram: “Dysmenorrhea OR “Female Infertility” OR “Pelvic Pain” OR “Pelvic Floor
Disorders”,”Endometriosis”, “Polycystic Ovary Syndrome”, Gynecology OR Dyspareunia, Vaginismus, Uterine Prolapse” e “Osteopathic manipulation”, “Osteopathic Physician” e “pain”, “visceral pain”. Apenas foram incluídos ensaios clínicos randomizados (RCTs) que avaliassem os efeitos da intervenção osteopatica nos disturbios ginecologicos, publicados em Português, Inglês e Francês. Após seleção dos estudos segundo os critérios de elegibilidade, os dados foram extraídos e compilados numa tabela. Avaliou-se a qualidade metodológica com recurso à Cochrane Risk of Bias Tool. Cada etapa foi analisada de forma independente por dois revisores, com o auxílio de um terceiro revisor em caso de discordâncias.

Resultados

Dos 141 estudos identificados, três atenderam aos critérios de inclusão, tendo sido também identificado um registo por pesquisa
manual. Assim, foram analisados quatro estudos. A dor foi avaliada em todos os estudos, tendo-se verificado melhorias significativas em três estudos. A qualidade de vida foi avaliada em apenas dois estudos, tendo- se verificado melhorias significativas na componente física nos dois estudos, enquanto a componente mental apenas melhorou em um estudo. Conclusão: Existe escassez de ensaios clínicos randomizados que estudem os efeitos da intervenção osteopática em distúrbios ginecológicos, uma vez que só foram incluídos estudos sobre dismenorreia.

Autores

Ângela Fernandes, Inês Ferreira, Maria Almeida, Maria Francisca Boaventura, Helena Sousa, Natália Campelo
Escola Superior de Saúde (ESS), Instituto Politécnico do Porto (IPP), Porto, Portugal.

Referências

[1] Barcot, 0., Boric, M., Dosenovic, S., Poklepovic Pericic, T., Cavar, M., Puljak, L.(2019). Risk of bias assessments for blinding of participants and personnel in
Cochrane reviews were frequently inadequate. Journal of Clinical Epidemiology, 113, 104—113. https://doi.org/10.1016/j.jcIinepi.2019.05.012
[2] Borghini, R., Porpora, M. G., Casale, R., Marino, M., Palmieri, E., Greco, N., … Picarelli, A. (2020). Irritable bowel syndrome ‐like disorders in endometriosis:
Prevalence of nickel sensitivity and effects of a low‐nickel diet. an open‐label pilot study. Nutrients, f/2), 1—14. https://doi.org/10.3390/nu12020341
[3] Ferries-Rowe, E., Corey, E., 6 Archer, J. S. (2020). Primary Dysmenorrhea: Diagnosis and Therapy. Obstetrics and Gynecology,f36(5), 1047—1058. https://
doi.org/10.1097/A0G.0000000000004096.

Artigo recolhido do site: https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/22446/1/POSTER_Helena%20Sousa%201.pdf

https://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/22446/1/POSTER_Helena%20Sousa%201.pdf